O Ministério da Saúde reconheceu um desabastecimento temporário de vacinas contra a Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao vencimento de lotes, mas negou uma falta generalizada de imunizantes. A situação ocorreu entre os dias 16 e 22 de outubro, e o governo já iniciou a distribuição de 1,2 milhão de doses para estados como São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
A declaração do ministério veio após uma reportagem da Folha de S. Paulo revelar que o governo ficou sem doses para entrega imediata, após cerca de um terço do lote adquirido da farmacêutica Moderna perder a validade. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) já alertava sobre a escassez desde setembro, com uma pesquisa indicando que seis em cada dez municípios enfrentavam falta de insumos para vacinação.
A CNM destacou que 64,7% dos municípios relataram falta de vacinas, afetando principalmente a imunização infantil. A vacina contra a varicela foi a mais escassa, seguida pela vacina infantil contra a Covid-19, que estava em falta em 770 municípios, com atrasos médios de 30 dias.
O Ministério da Saúde, em nota técnica de 30 de setembro, reconheceu a falta de abastecimento e afirmou estar tomando medidas para regularizar a produção nacional de imunobiológicos. A pasta citou restrições na distribuição de vacinas em 2024, devido a atrasos no cronograma dos fornecedores e problemas de controle de qualidade.
Entre os desafios enfrentados, o ministério mencionou a oferta reduzida para vacinação infantil e a necessidade de substituir lotes vencidos, o que atrasou a distribuição. A situação gerou preocupação entre gestores municipais, que buscam soluções para garantir a imunização da população.
O governo federal agora trabalha para normalizar a distribuição de vacinas e evitar novos desabastecimentos, enquanto os municípios aguardam a regularização dos estoques para retomar a vacinação em ritmo adequado. A situação destaca a importância de uma gestão eficiente dos estoques e da logística de distribuição de vacinas no país.