O setor global de saúde continuará a enfrentar desafios sem precedentes em 2024, conforme revelado pelo estudo “Perspectivas Globais do Setor de Saúde 2024” da Deloitte. Este relatório destaca cinco grandes tendências que moldarão o futuro da saúde: inovação, gerenciamento de custos, adaptação da força de trabalho, integração de cuidados sociais e sustentabilidade.
Inovação e Inteligência Artificial
A inteligência artificial (IA) deve desempenhar um papel crucial na otimização da administração, diagnóstico, tratamento e cuidado dos pacientes. A IA pode aprimorar a precisão e a eficiência dos cuidados de saúde, desde a análise preditiva até a automação de registros eletrônicos. Em 2024, espera-se que a IA seja amplamente adotada, proporcionando soluções inovadoras e melhorando a qualidade do atendimento.
Desafios no Brasil
No Brasil, o sistema de saúde enfrenta desafios significativos, como disparidades regionais, envelhecimento populacional e impactos contínuos da pandemia de covid-19. A desigualdade no acesso aos serviços de saúde é evidente, com grandes variações no número de médicos por mil habitantes entre diferentes regiões. Além disso, a taxa de obesidade está aumentando, prevendo-se que 41% dos adultos brasileiros serão obesos até 2035.
Impactos da Pandemia e Sinistralidade
A pandemia levou a um aumento significativo no uso de serviços de saúde, resultando em maiores gastos e pressão financeira sobre hospitais e planos de saúde. A sinistralidade, que mede a relação entre os custos dos sinistros e os prêmios recebidos, permanece elevada, atingindo até 90% em alguns momentos. Isso agrava a sustentabilidade financeira do setor, especialmente devido aos altos custos operacionais.
Custos e Acessibilidade
Os custos no setor de saúde são impulsionados por riscos trabalhistas, inflação e a necessidade de cuidados especializados para populações envelhecidas. Nos Estados Unidos, os custos hospitalares aumentaram 22,5% desde antes da pandemia. No Brasil, a inflação médica supera a média mundial, e mudanças legislativas aumentam as incertezas e pressionam ainda mais os custos do setor.
Escassez de Profissionais de Saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta um déficit de 10 milhões de profissionais de saúde até 2030. No Brasil, questões como burnout, afastamento de profissionais e desigualdade na distribuição de profissionais são desafios significativos. A saúde mental dos profissionais do setor tem se agravado, influenciada pela instabilidade econômica e perdas pessoais.
Integração de Cuidados Sociais
Com 80% dos resultados de saúde vinculados a fatores sociais, governos e organizações estão integrando serviços de saúde e cuidados sociais para alcançar uma “saúde integral”. No Brasil, fatores sociais como localização geográfica, cor e raça desempenham um papel crucial nos determinantes da saúde, destacando a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e equitativa.
Sustentabilidade
O setor de saúde está construindo operações mais sustentáveis para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Hospitais estão investindo em descarbonização e estabelecendo metas de neutralidade de carbono. No Brasil, o setor de saúde é um dos principais poluidores, e a busca por operações mais verdes e eficiência energética é essencial para garantir a sustentabilidade.