O estresse é uma resposta natural do corpo, mas, conforme explica o médico especialista Oluwatosin Tolulope Ajidahun, quando se torna estresse crônico, pode afetar diretamente a fertilidade feminina. A conexão entre saúde emocional e função reprodutiva é cada vez mais reconhecida pela medicina, exigindo atenção e cuidado das mulheres que desejam engravidar. Entender como o estresse interfere na ovulação e nos ciclos menstruais é fundamental para adotar medidas preventivas e buscar apoio adequado.
Descubra aqui os principais efeitos do estresse prolongado sobre a fertilidade, com foco na regulação hormonal, na interrupção do ciclo menstrual e nas implicações para a ovulação.
O impacto do estresse crônico na regulação hormonal, impactando sua fertilidade
O estresse ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, responsável pela liberação de hormônios como o cortisol. Quando o estresse é constante, o excesso de cortisol pode interferir na produção de hormônios sexuais, como o estrogênio e a progesterona. Essa alteração hormonal pode dificultar a liberação dos óvulos pelos ovários, prejudicando a ovulação e, consequentemente, a fertilidade. Além disso, o desequilíbrio hormonal provocado pelo estresse pode afetar a receptividade do endométrio.
De acordo com o Dr. Oluwatosin Tolulope Ajidahun, mulheres que vivem sob pressão constante, lidando com ansiedade, sobrecarga profissional ou preocupações familiares, apresentam maior propensão a desequilíbrios hormonais. Esses desequilíbrios afetam diretamente a função reprodutiva e podem reduzir as chances de concepção, mesmo em mulheres jovens e saudáveis. O estresse também pode agravar sintomas de condições como a síndrome dos ovários policísticos, dificultando ainda mais a fertilidade.
Estresse e seus efeitos nos ciclos menstruais
Ciclos menstruais irregulares são um dos sinais mais visíveis de que o estresse está impactando o sistema reprodutivo. A irregularidade ocorre porque o estresse afeta a liberação de gonadotrofinas, hormônios responsáveis por controlar o ciclo menstrual. Como resultado, a menstruação pode atrasar, antecipar ou até desaparecer por alguns meses, dificultando o planejamento da gravidez. Esse quadro pode gerar ainda mais ansiedade, criando um ciclo vicioso entre estresse e infertilidade.

Para o doutor Tosyn Lopes, a ausência de ciclos regulares prejudica a previsão da ovulação e pode ser um indicativo de anovulação – a falta de liberação do óvulo. Além disso, o estresse pode agravar quadros como síndrome dos ovários policísticos (SOP) e amenorreia funcional, impactando ainda mais a fertilidade feminina. Essas alterações muitas vezes passam despercebidas, dificultando o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado.
Estratégias para minimizar o impacto do estresse na fertilidade
Controlar o estresse é uma das principais estratégias para preservar a fertilidade e aumentar as chances de concepção. Técnicas como meditação, ioga, atividades físicas regulares e psicoterapia ajudam a reduzir os níveis de cortisol e melhorar o equilíbrio hormonal. Mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e sono de qualidade, também são essenciais nesse processo. Essas práticas contribuem não apenas para o bem-estar emocional, mas também para a regulação do ciclo menstrual.
Segundo o Dr. Oluwatosin Tolulope Ajidahun, mulheres que desejam engravidar devem buscar orientação especializada para investigar se o estresse está interferindo na ovulação. O acompanhamento médico permite identificar alterações hormonais, monitorar os ciclos menstruais e indicar tratamentos específicos, se necessário. A adoção de um plano individualizado pode fazer toda a diferença para alcançar uma gestação saudável.
Em suma, entender como o estresse pode impactar sua fertilidade é essencial para mulheres que desejam engravidar ou manter sua saúde reprodutiva em dia. O estresse crônico afeta diretamente a ovulação e os ciclos menstruais, podendo dificultar o processo de concepção. Como indica o Dr. Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o cuidado com a saúde emocional deve caminhar lado a lado com o cuidado ginecológico. Ao perceber alterações nos ciclos menstruais ou dificuldades para engravidar, é fundamental procurar um médico.
Autor: Oleg Volkov